domingo, 22 de maio de 2022

Querido diário,

Eis meu rosto, mas sou de fato eu?

O que eu sou além de um vão? Um ser de luz vindo de outro espaço-tempo, em busca de algo nessa terra que me cause felicidade?

Eu sou nada e eu sou tudo.

Defino-me como uma forma incapaz de conter um corpo humano, ocupo tal corpo agora, pois me limito e compreendo que foi uma escolha, mas entendo que não sou e nunca serei apenas essa vida, serei muitas.

Na próxima já sei o que serei, e sei que serei! Mas nessa: a qual escolhi em outra, me contento em ser eu, se é que sou.

Enfim compreendo o amor próprio, e não soa egoísta, pelo menos não como eu achava que seria, é afago!

Abraço-me e choro em meu próprio colo, pois não há nenhum colo para chorar, o meu basta, ou ao menos eu acredito que por um breve momento basta, se é que o tempo existe.

É sempre sobre ir além. E eu estou pronto.

Receba-me quando eu for. 

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