quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Querido diário,

Se algum dia eu tivesse a oportunidade de me desprender do meu próprio corpo e me observar, sem que eu saiba, eu acho que gostaria do que vejo.
Em uma mesa de bar eu veria alguém mexer a perna impacientemente e tentaria imaginar o que ele estaria pensando, no caso ele pensava em ir embora.
Em um dia com o céu bonito visualizando a janela do ônibus eu veria alguém sorrir e tentaria imaginar o que seria, no caso seria algo bobo.
Eu seria meu amigo se eu não fosse eu, acho que isso se deve ao fato de que eu aceito o que sou e gosto do resultado da bagunça que me compõe.
Se algum dia eu tivesse a oportunidade de não ser eu, eu nem sei o que seria de mim.
Aceito a mim e continuo em uma busca sem fim de amor próprio, porque se aceitar às vezes é difícil, mas é de batalhas que se vence a vida, e eu seguirei assim até os meus últimos suspiros.
Espero que ao morrer eu consiga dar aquele sorriso besta que faz um chiadozinho e entenda o que eu fui.