segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Querido diário,

Trezentos e sessenta e cinco voltas ao redor do sol me escondem de uma escolha que fiz sem pensar no que se sucederia. Aluado pelo meu próprio caminho me perdi, sem saber como encontrar-me a não ser nos braços dele: os braços que me guiaram por dias felizes e tristes, os braços que me embalaram numa canção de ninar e me sacudiram para acordar, os braços em que depositei os mais verdadeiros abraços, em que me entreguei de verdade aos amassos, mas que no final me empurraram de um enorme penhasco.
Desconheço o que amei.
Aos poucos esquecerei.

quinta-feira, 10 de dezembro de 2015

Querido diário,

Afastei-me por séculos do que inventei em mim.
Afundei entre poços profundos de sentimentos que tanto desejei sentir, e por fim, acabei danificando meus pulmões que não souberam como respirar por entre águas turbulentas.
E eu pensei que dessa vez daria certo, mas as águas eram densas e sigilosas, mesmo assim remei contra tudo e contra todos para alcançar a luz no fim, mas não havia luz e o fim era só o fim.
Preparei o corpo para o funeral: levei rosas e uma canção triste, o corpo velado era o meu: morri.
E entre as cinzas houve um feixe de luz: renasci.
Aguardo o dia em que realmente acharei o que tanto procuro porque se não deu certo não era pra ser.
O zíper abre em direção ao tentar de novo.
Fechecler.