sexta-feira, 24 de junho de 2016

Querido diário,

É como se eu estivesse em uma floresta com árvores altas demais e eu não conseguisse enxergar o céu, o que me guia são os sons dos pássaros e das corujas. Alguns dias me deito junto as cigarras e deixo as formigas beberem minhas lágrimas, enquanto descasco a ferida do meu coração e compartilho o sangue com os mosquitos. Não sei o que sinto em relação ao que vejo quando vejo você, é como se eu estivesse em uma floresta com árvores altas demais e eu só consigo te ver, lá na clareira, me esperando para um abraço com um sorriso. E eu sei que vou te ver, te abraçar e sorrir, só preciso atravessar essa mata, para enfim ser teu.

quarta-feira, 15 de junho de 2016

Querido diário,

De noite costumo navegar em pensamentos para conversas onde peço perdão pelos meus atos, nesses dias a minha canoa está sem água, porque retiro cuidadosamente com a palma das mãos o acúmulo dos pesos que invadem a jangada no decorrer do percurso. Nesses dias o vento não é frio como de costume e não chove, até me atrevo a ficar de pé na ponta e abro os braços imaginando um vôo, direto pro fundo, onde eu poderei respirar em paz, porque nada vai me machucar.