sábado, 27 de abril de 2013

Querido diário,

É difícil prosseguir em meio as ruínas de um antigo castelo, que outrora foi habitado por uma corte feliz e uma princesa sem sapo. Uma princesa destemida que lutava pela sua ascensão ao poder.
É fato afirmar que um erro ocorreu: o sapo ocupou o lugar de um príncipe. O sapo é o príncipe. Não existe certo ou "serto". As únicas parafernálias que vagam por entre as paredes do palácio são ecos. Gritos abafados pela dor do momento, pela agonia que os aristocratas passaram, pelo sofrimento da princesa indefesa que escovava os longos cabelos em frente a um espelho, observando suas lágrimas escorrerem ao som de uma música triste no rádio.
Ela queria ser a lua. Ela queria chegar à lua.
O destino se enrolou em uma árvore e afundou-se entre as raízes. A princesa sofria com a ideia de nunca mais poder sentir o gosto da vitória que tanto almejara.
Entre soluços ela correu para O Monte Das Amarguras, segurando entre o peito um pedaço do seu sonho.
Com o fim do crepúsculo ela se foi. Destruindo o castelo que somente existira em sua imaginação. Partindo então para outros sonhos, com o intuito de achar a verdadeira felicidade.
Por mais doloroso que seja, ela procurava pelo sapo, tentando salvá-lo do seu próprio egoísmo, tentando demonstrar afeto por algo.
O sapo evaporou-se.
Ela queria ser a lua. Ela queria ser feliz.