terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Querido diário,

Viver é estranho.
Às vezes eu ando na rua e imagino um carro me atropelando e eu morrendo e minha mãe gritando e as pessoas chorando no meu velório e aquela amiga falsa rindo no canto fumando um cigarro.
Às vezes eu ando na rua e não imagino nada.
Eu gosto do fato que a internet uniu todas as tribos, mas ao mesmo tempo nos acho tão solitários.
Tenho medo da minha mente algumas horas, porque não sei distinguir se eu estou pensando ou se estou falando, mas geralmente eu gosto dela porque podemos compartilhar coisas engraçadas que não fariam sentido para os outros, e ela não me repreende por isso.
É tão bom encontrar amigos que nos deixem confortáveis para podermos ser nós mesmos, compartilhando horas, dias, momentos.
(Bebendo uma breja, fumando um cigs, dançando funk ao som de Mozart)
Se Deus existe eu espero que ele ore por mim.
Às vezes acho que as pessoas só vão a igreja porque tem medo do inferno, porém admiro a fé. Só odeio a hipocrisia.
Viver é estranho, mas eu gosto.
Eu gosto dessa possibilidade de cada dia ser diferente.
Amanhã, depois de amanhã, semana que vem, mês que vem, ano que vem.
Um dia eu vou também, espero que demore.
Às vezes eu ando na rua e me imagino em uma bicicleta cargueira.
Às vezes eu não imagino nada.